quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Porque assistir A Maldição da Mansão Bly

 

The Haunting of Bly Manor ou A Maldição Bly é baseada no filme A Volta Do Parafuso e apesar de ter sido apresentada no gênero Terror, está mais para um Drama/Sobrenatural. Como a narradora da história fala no final, essa é uma história de amor. Não se engane, no entanto, porque tem fantasmas, sim, e alguns sustos, mas nas horas certas. 

         O cenário fortalece o tom melancólico e misterioso da série. As personagens são bem trabalhadas e o elenco é familiar para quem assistiu A Maldição Da Residência Hill. Portanto, é impossível não se apegar ou não sentir a menor empatia que seja por eles.

       Eu me apaixonei pela Danielle no instante em que a vi, e shippei muito ela com a Jamie. Estou acostumada a ver protagonistas héteros e quase não me identifico ou torço por elas, mas com a Danielle e a Jamie, mesmo, temendo que surgisse algum homem para separar meu shipp ou quem sabe o próprio Henry (eu não descartei um possível entendimento entre eles, mesmo que em A Maldição da Residência Hill, eles fossem pai e filha, mas cada série é uma série), mas a série foi se aproximando do fim e o único homem que mais deus as caras era um fantasma, então, eu pude torcer sem medo pelo meu casal favorito.

         A história é como um quebra cabeças, contada através de flashbacks, portanto, precisa de paciência para montar tudo e entender, além, é claro, de esquecer os fantasmas. Estamos acostumados a filmes assustadores como Invocação do Mal ou Insidious (Sobrenatural) onde tudo é intenso, tem sustos a cada três minutos e as personagens precisam lutar por suas vidas. Em A Maldição da Mansão Bly, as coisas são mais lentas, "naturais", eu diria... As personagens não aceitam logo de cara que são assombradas, ou quando aceitam, tentam conviver com isso. 

           Os fantasmas não são puramente maus e tem uma história como os vivos e essa história é contada ao longo dos capítulos, o que nos ajuda a entendê-los e, às vezes, até torcer por eles. Viola, por exemplo, despertou minha empatia, e acho que no lugar dela, eu teria feito exatamente igual, sem tirar ou colocar nenhuma vírgula. Ela, sem dúvida, é o fantasma que mais sofreu na Mansão Bly.

         A indiferença de Henry para com seus sobrinhos, a princípio, faz parecer que ele só acolheu as crianças por obrigação, mas no decorrer dos capítulos, fica claro que ele só tem medo de enfrentar seus próprios fantasmas.

          Flora e Miles são crianças diferentes, que te fazem suspeitar delas o tempo todo. Mas são vilões ou mocinhos? Talvez, um pouco dos dois.

              O final é revelador e emocionante como o da Maldição Da Residência Hill, e eu gostei muito, apesar de chorar um pouco no finalzinho, mas sem spoilers.

           Acredito que é uma série para quem não é muito fã de terror, ou gosta de um bom drama com romance e uma pitada sobrenatural. Se você não assistiu ou não gostou de A Volta Do Parafuso (ou seus remakes "Os Inocentes", "Lugares Escuros" ou "Os órfãos") essa não é uma série que eu recomendaria para você. ©

sábado, 6 de junho de 2020

A importância do anonimato

Imagem por Pixabay
Nos dias atuais, quando se é tão fácil virar uma celebridade da noite para o dia, poucas pessoas esquecem de se preservarem e a importância de manter um pseudônimo.
          Quando se é uma Figura Pública, por assim, dizer... Deve-se tomar cuidado com cada foto que posta e cada comentário que faz porque todos estão de olho e, embora, você possa alegar que não é famoso, é melhor não arriscar ter seu nome real envolvido em alguma polêmica futuramente. Na velocidade que as coisas acontecem, uma simples piada inofensiva pode ser usada contra você por gente que adora tirar as coisas de contexto, sem contar que é preciso maturidade e uma boa saúde mental para enfrentar os haters que veem como consequência da popularidade. 
           Eu sempre entendi as consequências de ser popular e, por conta disso, nunca me permiti ir além do que fui. Sempre que meus seguidores se tornavam ávidos demais por manterem contato comigo, eu aproveitava, claro... Mas, logo depois, desaparecia por um tempo para deixar as coisas esfriarem. Essa tática tem dado certo para mim e me ajuda a não surtar porque tenho problemas em confiar em estranhos e interagir com eles, e isso não é nenhum transtorno. Foi a forma como foi criada, para não falar mesmo com ninguém que não fosse próximo a mim, é a forma como minha família evita que estranhos se metam onde não são chamados, especialmente, com essa vizinhança fofoqueira... Mas isso é outra coisa.
             Eu amo meus blogs, mas, também amo meus livros e estava cada vez mais difícil me dedicar exclusivamente a eles com tanta gente me procurando para me cobrar posts e fazer perguntas sobre elementais e magia. Chegava a ser frustrante porque eu me perguntava "será que vou ter de publicar livros sobre fadas e elfos para ser lida?". Eu quero escrever livros sobre elementais, mas por amor e não por dinheiro. Talvez, alguém aqui ria e diga que eu sou trouxa, que o mundo é movido a dinheiro, mas escrever é muito pessoal para mim. Infelizmente, eu ando tendo uns problemas que andam me impedindo de escrever como antes e estou preocupada. 
               Minha visão continua diminuindo, se tornando cada vez mais embaçada, mesmo que eu tenha comprado novos óculos, e sinto meus olhos e minha cabeça doendo muito, além de me sentir tonta. Vou fazer alguns exames, mas estou com medo de perder a minha visão. Eu acho que não conseguiria sobreviver se perdesse minha visão. Sério? Isso acabaria comigo. Não teria mais forças para continuar. Tudo o que eu tenho é minha escrita. Sem isso, eu não tenho nada.
               Mas, voltando ao assunto, enquanto muitas pessoas tem se tornado mais abertas e escolhem compartilhar suas histórias de vida com os outros, por outro lado, há muitas pessoas insensíveis que não tem dó de dizerem o que pensam. Independente do que os céticos digam, eu sempre acreditei e sempre acreditarei no paranormal, mas, não compartilharei mais as minhas experiências com meus leitores - pelo menos, não abertamente -, porque dói, você abrir sua alma, contar algo que te tocou profundamente, e alguém que não te conhece, dizer que você está mentindo, ou que é esquizofrênica. Eu vou contar um segredinho para vocês, amadinhos... Eu já pedi para minha mãe me levar a um psicólogo quando tinha 12 anos e, depois, novamente, aos 17, e nenhum deles me diagnosticou como esquizofrênica. Se eu fosse doente, com certeza, tomaria meu remédio e não perderia tempo, me dedicando aos blogs de ocultismo. Eu não teria nenhum problema em assumir, se fosse esquizofrênica, aliás, podem ter certeza de que teria um blog contanto como seria a experiência porque ainda há muito preconceito sobre isso e, é triste que muita gente se esqueça que os doentes mentais também são gente como gente, com sentimentos. Eles sofrem muito por não entenderem o que se passa com eles. Eu tinha me feito a promessa de me tornar enfermeira para ajudá-los porque eu me interesso muito por saúde mental e, vi como andam tratando alguns pacientes de forma desumana. Infelizmente, por causa dessa pandemia, eu tive que parar minha rotina, e tive tempo de refletir... 
               Mesmo que eu seja empática, não sirvo para ser uma enfermeira porque ainda não consegui superar meu medo de sangue e de agulhas. Quase desmaiei quando fui furada no meu último exame. Só de pensar que tenho um exame de sangue para fazer, eu fico arrepiada. Então, eu me voltei para os animais. Sim, eu sei como é ser uma veterinária, mas estou pensando mais em Auxiliar de veterinário porque eu quero, eu posso, e eu vou fazer a diferença nesse mundo que quase está enegrecido com tanto ódio, dor e preconceito.
                Não desisti dos meus blogs, mas, agora, eu faço isso sob um pseudônimo (não interessa qual), que é a minha segurança. Não é que eu sinta vergonha de ser bruxa, eu não sinto, mas preciso respirar, e algumas pessoas, mesmo sem querer, não entendem isso, eu explico, mas elas insistem... Isso me elevou minha ansiedade às alturas porque é horrível quando alguém fica te perseguindo e você tem de pensar em cada palavra que vai escrever, é horrível. Não estou falando isso para ninguém em específico, nem para todos os meus leitores, que isso fique bem claro! Vocês podem falar comigo, mas, não podem me pressionar e exigir que eu faça coisas que não quero fazer... Não, eu estou falando de pedir posts, isso, vocês podem... Mas são outras coisas que algumas pessoas pedem e dizem que me chateia. Eu apaguei minhas antigas contas de e-mail por conta do assédio que vinha sofrendo de algumas pessoas, excessivamente irritante, que não entendiam que eu não podia ajudá-las e não sabiam quando parar.
                    Eu sempre tive orgulho desse nome, "Daniele Claudino", porque foi a maior herança que meu pai me deixou e, de alguma forma, eu queria eternizar isso, mas se tem uma coisa que me arrependo amargamente foi de ter revelado meu rosto para os estranhos. Não tinha nem porque eles terem conhecimento de minhas redes sociais quando eu ainda era tão nova e nem sabia direito o que estava fazendo...
                  Nos dias atuais é impossível para uma autora não ter um perfil na rede social para divulgar seu trabalho, é verdade, mas me incomoda tanta exposição. Futuramente, eu vou pagar alguém para fazer um desenho para usar no lugar da minha foto, porque eu quero que as pessoas julguem o que eu escrevo e não a minha aparência. Quem eu sou, não importa, mas, sim, o que eu escrevo. Se eu quisesse fama, estaria no You Tube, fingindo ser a garota fofa que não sou, ou, quem sabe, usando Face tune para disfarçar minhas imperfeições, mas, eu não quero ser "perfeita", só quero ser eu, e após anos, finalmente, sinto que estou me reencontrando.
                   Os famosos falam para você se expor e expor seus problemas, eu sou totalmente contra porque quando você se expõe, se não estiver suficientemente forte, poderá se machucar ainda mais porque as pessoas são maldosas e se puderem apontar todos os seus defeitos na sua cara, elas apontarão sem nem saber como você está ou como ficará com o que ouvirá, então, não cometam a tolice de se abrirem para o mundo. Se abram para Deus, mas nunca para o mundo. Se você sente necessidade de falar sobre o que te machuca, eu entendo e te apoio, mas faça isso de forma anônima porque a cruel realidade é que eles não ligam, eles não se importam. Se souberem que você quer se suicidar, são bem capazes de te entregarem uma corda e te encorajarem a irem em frente. Eu já presenciei muitas situações assim, mas, eu entendi uma coisa... Não adianta buscar ajuda no lugar errado.©


domingo, 8 de março de 2020

O que inspira um escritor?

Imagem por Pixabay
Escritores criam mundos e personagens que podem cativar leitores e, às vezes, suas criações são tão perfeitas ou realistas que nos fazem questionar, teria o autor passado por experiência semelhante (em casos realistas)? Ou, então... Como ele criou isso? Há escritores que não hesitam em assumir que certo caso ou personagem foi inspirado em um evento pessoal, outros, no entanto, nos fazem engolir a seco, o típico "veio da minha cabeça", ou variantes, mas algo não vem simplesmente na cabeça de alguém... A menos que estejamos falando de um esquizofrênico, eu duvido que alguém esteja andando por aí e de repente surja em sua mente toda a história de um livro. Não funciona assim. O processo criativo vem em fases.
         A primeira fase começa com a admiração, é quando o autor se sente atraído por algum ser (fantástico ou não) e começa a imaginá-lo em diferentes situações. Por exemplo: O autor lê Carmilla e se sente atraído pela figura de uma vampira, então, ele pode pesquisar imagens de vampiras no google, pode ler outros livros ou assistir a filmes e séries, ao mesmo tempo em que começa a imaginar "e se...", e tudo começa com esse "E se"...
       Algumas vezes, essa admiração pode refletir nos sonhos do autor e gerar mais inspiração. Independente de ocorrer ou não, ele buscará inspiração nas coisas diárias, imaginando como seria se sua personagem estivesse inserida em sua realidade, o que levantará interessantes questionamentos como: "O que fulana faria se tivesse que dirigir até o trabalho? Ela dirigiria ou voaria? Ela teria um trabalho?", Então, vem a interação com outras personagens; "fulana é sociável ou prefere ficar na dela? Ela lidaria com os outros da mesma forma que eu?".
         Há autores que começam desenvolvendo as personagens primeiro porque a história gira em torno delas e, sendo elas, as mais importantes, deveria começar com elas, certo? Há inúmeras formas de fazer isso, a mais fácil é ao estilo fanfiction, com a criação de uma O.C simples como a seguinte:


*Nome completo:
*Idade:
*Nacionalidade:
*Aparência física:
*Personalidade:
*História:


Uma vez que isso tudo esteja definido, você já tem de onde partir. A história de seu personagem deve ter questões a serem respondidas ao longo da trama, como por exemplo: "Fulana não conheceu o pai, ou fulano busca saber quem assassinou seu irmão", isso se não for o foco principal de sua trama, te salvará de um possível bloqueio criativo. Anotar várias ideias em uma agenda, também pode ser útil e o que você não usar na história atual, poderá reciclar para a próxima.
           Séries e filmes também inspiram e porque você está julgando a coerência dos fatos apresentados ali, você saberá o que funciona ou não para você. Scream Queens é uma série que eu adoro, mas que não recomendaria para alguém que está buscando inspiração para escrever Suspense porque nada faz sentido ali. Entendo o contexto da série, sua pretensão e etc, mas só estou ilustrando aqui que só porque funcionou como série não significa que funcionará como livro, talvez, como fanfic, mas não como livro. Tenho acompanhado algumas resenhas, e percebi que leitores de livros são mais exigentes que leitores de fanfics ou de séries, porque tudo tem de estar perfeitamente encaixado ao longo da história, a protagonista não pode ser indecisa nem perfeitinha e nem ao estilo Chanel Oberlin... O final feliz tem de obrigatoriamente existir e os eventos narrados não podem ser tão traumatizantes aos leitores porque, além de tornar a leitura desconfortável, enseja aversão a uma provável continuação. Alguma vez, você já não esbarrou com uma protagonista que te irritou tanto a ponto de te fazer torcer pelo vilão? No meu caso, eu posso citar a protagonista de O Massacre Da Serra Elétrica 3, que era tão histérica, que eu mesma queria entrar no filme e matá-la. Já o vilão gatinho, interpretado pelo Viggo Mortensen (que vocês, com certeza, conhecem como Aragorn de O Senhor Dos Anéis) me deixou com vontade de me tornar uma Sawyer. 
       Eu já cometi várias vezes, esse erro de criar bons psicopatas e péssimos mocinhos, por isso mesmo, te aconselho a rever seus vilões e mocinhos e ver se eles despertar os sentimentos certos nos leitores. Um mocinho que não desperta empatia não é um bom mocinho. No caso de O Massacre Da Serra Elétrica, é sempre difícil sentir empatia pelos mocinhos, a não ser que seja interpretado por alguém que você goste muito como em O Massacre Da Serra Elétrica - O Início, em que aparece o Mattew Bomer (que só fui perceber que era ele porque li o nome nos créditos já que ele era muito jovem).
           Se os vilões são o centro da sua história, então, danem-se os mocinhos, mas caso contrário... Reveja-os urgentemente.
          Ainda citando O Massacre Da Serra Elétrica, você pode ver como é importante um personagem ser bem construído e o mais realista possível. Uma dia é se colocar no lugar da personagem e se perguntar como VOCÊ reagiria em certas situações. Eu não consigo me imaginar fazendo piadinha diante de um assassino e muito menos, o provocando. As pessoas assistem filmes de terror para sentirem medo e da mesma forma, leem livros do gênero pela mesma razão, então, piadinhas em momentos tensos (se não vierem do psicopata) são inaceitáveis.
        O mocinho piadista é um pé no saco, assim como o mocinho histérico, mas, sem dúvida, o pior mocinho de todos, é o sofredor... Aquele que perdeu os pais, foi morar com uma tia abusiva, foi chifrado pela namorada, espancado no colégio, assaltado, tomou chuva e ainda foi parar em uma floresta onde será caçado por canibais retardados. Aff, sabemos como isso termina... Mais drama e uma morte lenta e sofrida. E o que dizer do mocinho fodão, que é um gato, conquista todas, sabe judô, e é invencível? Se esse cara existe na vida real, quero distância dele.
      Personagens precisam ser mais humanizadas, terem defeitos (nem tantos, pelo amor de Deus) e, também, qualidades (não vamos exagerar, hein?) para que o leitor possa se identificar com ele e torcer pelo mesmo. Também é preciso inovar nas tramas para não termos várias histórias que começam e terminam do mesmo jeito porque já deu, né? Clássicos são bons e fazem sucesso, mas os clichês devem evitados.
       Após a construção de seu personagem, você deve decidir onde irá inseri-lo e é muito importante que os cenários descritos sejam relevantes para a sua história. De nada adianta, sua personagem morar na linda Paris e você perder tempo descrevendo a capital quando a história se passa mesmo no interior de um prédio ou uma casa velha de onde a personagem mal saí. Nesse caso, você deveria descrever é a casa e não a cidade que ela mal explorará. Para cada protagonista há um tipo específico de cenário e ignorar isso é tornar sua narrativa menos realista. Gaste algumas horas em pesquisa - não apenas de cenário -, mas de hábitos e costumes regionais para dar mais autenticidade. Lembre-se: Uma jovem urbana nunca se comportará como uma jovem rural porque elas tem prioridades diferentes e estão inseridas em estilos de vidas opostos. Não ignore isso!
       O universo LGBT é incrível e tem inspirado boas histórias, mas, mesmo essas precisam ser mais autênticas e levar coisas importantes em consideração. Primeiro, nem todo mundo é gay, mas parece que os autores esquecem isso e criam uma história onde todo mundo é gay e feliz. Fala sério? Você já viu isso na vida real? Pense em como seria estranho se sua mãe fosse lésbica, sua prima lésbica, sua avó lésbica, sua tia lésbica, toda as garotas da sua classe, lésbicas também, e até a moça da padaria... Eu juro que já li histórias assim! Isso é assustadoramente fofo, mas REALISMO sempre, então, tudo bem amigas lésbicas para um casal lésbico, mas não vamos ignorar os héteros, por favor? E tentemos ser fiéis à época da narrativa. 
          Princesas lésbicas soam fascinantes para uma bi como eu, mas infelizmente, o preconceito existe e não é de hoje, se houve alguma princesa lésbica na História, ela deve ter sofrido porque ninguém iria simplesmente aceitar a sua orientação sexual e ficar por isso mesmo. Tenho visto exemplos de relações bissexuais na História, mas eles sempre eram discretos ou, no mínimo, secretos (ou quase). Nunca ouvi falar de nenhuma princesa que abertamente tenha se declarado lésbica. Hmmm.... Tinha uma que amava mulheres e era cristã, não lembro se era russa. Houve épocas que o amor homossexual até era admitido na sociedade, mas não conheço nenhum caso oficial para ilustrar. No entanto, levando em conta a ignorância de outros tempos (e também de atualmente), acho improvável uma princesinha lésbica, então, se você quer realismo no seu livro, por favor, não finja que o preconceito nunca existiu porque você deve mostrar a seus leitores COMO e PORQUE enfrentá-lo. Fingir que ele não existe só mostra como você não sabe lidar com isso.
           Eu me inspiro muito nas minhas celebridades favoritas para criar personagens, mas não fico presa pela personalidade delas, desenvolvendo novas personalidades. Sarah Bolger é conhecida por vários papéis como mocinha, e antes mesmo de ela passar a interpretar vilãs, eu já a visualizava como uma. Gosto de imaginar atrizes que interpretam mocinhas, como vilãs, e vice versa. Essa inversão me atraí muito.
             Eu sofro com ansiedade e minhas histórias me ajudam a lidar com isso. Alguns traumas, medos e fantasias me servem como inspiração para algumas histórias que escrevo. É óbvio que sempre tenho o cuidado de colocar aquilo de uma forma subliminar ou distorcida para que não associem a mim, afinal, estou contanto a história de um personagem fictício e não escrevendo uma autobiografia. 
             Algumas histórias foram muito sofridas para mim e eu tive sérias crises enquanto as escrevia. Damas Sangrentas, Amaldiçoados, Elo, Dark Side... Foram as mais difíceis para mim, especialmente as duas últimas porque eu me forcei a enfrentar traumas do passado que eu sabia que tinha de enfrentar para superar. Não superei de todo, mas me fez bem desabafar. É meio desesperador ter de reler Elo enquanto a adapto para livro, mas é necessário. Acho que todas as minhas histórias que meus leitores mais gostaram só os agradou porque eu me permiti relembrar coisas desagradáveis que me marcaram profundamente. Quando escrevi Amaldiçoados, eu estava sozinha, com muita saudade das minhas amigas e, meu único consolo além das músicas dos Backstreet Boys era escrever, então, eu me imaginava em um castelo com minhas melhores amigas e meus ídolos e isso, de alguma forma me consolava. Tinha noites em que eu estava sozinha em casa, e quando começava a chorar porque não tinha ninguém para me ouvir (minha mãe trabalhava e minha única companhia era meu irmão que na época tinha quatro anos), eu escrevia. Isso aliviava meu sofrimento. Me doeu muito ouvir da garota que me plagiou que essa história veio da cabeça dela, quando eu sofri para criar cada linha. Ela só leu e copiou, eu não... Eu fiquei sentada em um canto, pensando em tudo o que eu tinha perdido e lutando para acreditar que as coisas seriam melhores... E só tinha minha imaginação para me consolar.
           Damas Sangrentas, escrevi quando estava lutando para me convencer de que gostar de garotas não me condenaria ao inferno. Por isso que as lésbicas na história eram representadas ou como ghouls ou como bruxas... Porque era assim que EU me sentia, como se estivesse me tornando um monstro. Felizmente, eu vi o lado bom de ser um "monstro" e consegui me aceitar, mas essa história foi importante como transição para mim.
          A personalidade da Niele de Elo refletia uma época triste em que eu me sentia perdida e não sabia que rumo tomar. Ela era desejada pela maioria das personagens masculinas, por que? Será que eu não me sentia desejada ou eu era narcisista? Isso, na verdade, representava um tempo que até hoje, eu queria esquecer... Quando eu tinha por volta dos quatorze anos (se não me engano), eu sofri assédio por parte de vários garotos no colégio. Eles me seguiam nos corredores, tentavam me beijar, teve um que até se esfregou em mim (nojento), e eles diziam coisas horríveis. Alguns moravam na mesma rua que eu e viviam me cercando em grupo e me pedindo para escolher um deles para ser meu namorado. Eu lidava com isso da melhor forma que podia. Eu nem entendia direito o que acontecia e sempre que tentava falar para alguns adultos próximos, eles não davam importância. Isso parou um pouco quando comecei a andar com algumas amigas e me aproximei de um professor que se importava, mas o estrago já estava feito. Eu deixei de confiar em homens, não suporto ver grupos masculinos e se passo por um, eu me sinto assustada, não uso mais saias que mostrem os joelhos (na época eu só usava jeans e a camiseta do colégio) e nem decotes, eu nunca gostei. Tenho medo. Acho que isso pode ter inspirado um pouco a personagem de Dark Side, a qual emprestei meu nome. Como vocês podem ver, nada veio 100% da minha cabeça, foi uns 10% e o resto foi lembranças de experiências amargas que eu precisei de alguma forma, desabafar. Eu não sinto vergonha de compartilhar isso com ninguém porque o que forma uma boa história, é o que ela contém ou não de pessoal, e as minhas sempre trazem um pouco de mim.
          Os filmes sempre me inspiram mais que os livros porque eu posso ver a cores o que funciona ou não para personagens, e pegar emprestado alguns aspectos das personalidades de meus psicopatas favoritos, mas obviamente, os filmes não são minha única fonte. Gosto de ler livros sobre psicologia e também assistir a documentários sobre casos criminais. Não sou do tipo obcecada por serial killers, que adoraria se casar com um... Deus me livre! Meu interesse neles, é exclusivamente por causa das histórias que escrevo. Já quis ser psiquiatra forense, legista e até policial para ajudar a desvendar crimes, mas... Desisti de seguir qualquer uma dessas carreiras porque quanto mais eu lia a respeito ou assistia a documentários, me dava conta de que não tinha e não tenho a frieza necessária para lidar com tudo isso. Eu sempre termino chorando pelas vítimas e com muita vontade de jogar seus algozes direito no inferno. Como escritora, estou segura atrás dessa tela, escrevendo sobre monstros que não existem e que podem ser punidos de uma forma que considero justa.
         Esse é o lado bom de ser autor, fazer o que você quiser, mas sem se esquecer de que há um público julgando e esse público não terá medo de demonstrar sua indignação se você for um autor desleixado. ©

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Adeus vídeos +18 do Gacha!

Nunca consegui terminar essa história, affs, mas eu ainda termino
É sério isso? Ontem, eu fui reinstalar o Gacha no meu celular para completar a história acima que seria baseada em Amor Doce e quando vi os comentários dos usuários, todo mundo estava reclamando sobre a nova atualização. Se entendi direito, eles tiraram algumas poses, cores de roupas e até a boquinha do beijo porque tinha gente fazendo vídeos 18+. Olha? Eu, por acaso, quando comecei a jogar Gacha, esbarrei com um vídeo desses e, meu Deus! Eu fiquei tipo: "Nunca que um filho meu veria algo assim". Acho que eles usam a violência como algo apelativo e gratuito. Não estão contando uma história, estão unicamente tentando forçar aquele sentimento de pena pelo protagonista em quem assiste esses vídeos. Mas sabe o que é isso? Essas pessoas aí não são diferentes daquelas que postam fanfics semelhantes em plataformas onlines e todo mundo só gosta porque está na categoria de BTS e outros Idols.
        Eu confesso que me senti boba quando criei meu primeiro vídeo Gacha porque, perto dos outros, ele era bem infantil... Sobre cinco amigas que estavam brincando de esconde-esconde e caiam em uma Terra Mágica onde precisariam encontrar a saída, algo bem ao estilo Caverna Do Dragão ou As Crônicas De Nárnia, mas mais infantil. Eu acho que até apaguei esse vídeo, embora, deva ter ele guardado.
           Sempre gostei de fazer vídeos Gacha, mas o que me desanimava mesmo eram esses vídeos violentos. Graças a Deus, os responsáveis pelo jogo tomaram uma atitude e eu acho isso bom. Só espero que o You Tube faça o resto agora e delete esses vídeos estúpidos. Entendo que muita gente veja o Gacha como uma versão infantilizada do The Sims, e como uma ferramenta acessível e fácil para se fazer animação, mas acho que não significa que eles podem fazer o que querem, a menos que arranjem outra forma de criarem suas próprias animações porque é óbvio que as crianças terminarão assistindo. Gente? Eu sei que sou uma amante do terror e já até escrevi umas histórias "pesadas" na categoria de Amor Doce, mas essa categoria se adaptou aos seus leitores/jogadores e evoluiu para um jogo +18. Agora, tem uma diferença entre uma fanfic com capítulos de mais de 2.000 mil palavras para um vídeo onde pouco se lê e mais se vê... Dificilmente uma criança leria um texto enorme, mas um vídeo com personagens fofinhos? Ah!
               Os pais também tem que ficar de olho em tudo o que os filhos fazem na internet (muitos desses vídeos são feitos por crianças para crianças), monitorar mesmo. Hoje, eu vejo que todo o excesso de cuidado que minha mãe teve comigo foi para meu bem. A internet é um ambiente onde muita gente ruim faz sua morada. Não é mesmo certo que crianças sejam expostas a tanta violência porque elas podem acreditar que a vida é daquela forma, que, ou você bate ou apanha, e não é assim. Tem tanta coisa boa lá fora.
                Eu gosto muito dos vídeos Gacha que abordam memes, são os mais divertidos e criativos. Se mais vídeos Gacha fossem assim, acho que os criadores do jogo não teriam mudado nada. Agora, temos de ter em mente, que mesmo limitado, é para o bem das crianças. Não é só mais criança que joga esse jogo, tem adultos, e como adultos, precisamos ter consciência de que as crianças são e devem permanecer inocentes. Não se pode destruir o mundo de fantasias perfeito delas, onde Papai Noel e a Fada Dos Dentes são reais.
             Tem como contar uma história de terror ao estilo Zekkyou Gakkyuu sem apelar tanto, basta ser criativo e consumir mais mídia de qualidade. Eu falo que tem muita gente preguiçosa, que em vez de se esforçar para criar algo, prefere copiar os outros... Esses vídeos Gacha +18 são todos iguais. "Ah, mas a maioria é feita por crianças", pois é, outro fato assustador! O que está acontecendo com as crianças? É o que elas consomem na internet, Ídolos com vídeos violentos, filmes e fanfics apelativos. Eu ainda não sou mãe, mas quando for, não vou deixar meus filhos passarem tanto tempo na internet. É um erro dar um celular para uma criança e deixar por conta porque dá nisso. Desculpem minha indignação, mas é que eu vi mesmo crianças fazendo vídeos que me deixaram enojada e me fizeram questionar qual é a educação que elas recebem em casa e como é sua realidade? Porque isso tem de vir de algum lugar. Sinceramente, espero que eles tenham apenas copiado os outros.
          E viva a nova atualização do Gacha porque será para melhor! Certeza!